domingo, 26 de agosto de 2012

Você pensa, pensa, pensa, e a vida transcorre, na volta ao presente já se percebem mudanças e nada foi feito. Viveu-se de mais e nada foi compartilhado. Parece que nada foi feito. Uma transmutação ocorreu, mas esse desvio do que fui morre comigo, não deram-me o tempo de viver e mostrar que vivia. Definha-me o viver la fora, ter que mostrar que se vive é muito complicado! O tempo parece cada vez mais fluido e o mundo quer, exige atitude, protesto, movimento, mas a alma receia, fica doente, quer algo estável em si e no outro, o calor humano dissipa-se nas primícias do fluxo. Antes vivera o deslumbramento, mudanças bruscas, revoltas, verdadeiras revoluções, presenciei o calor do inferno, senti uma paixão meio que sádica dilacerar no peito, mas logo acostumei-me ao fogo e a sua intensidade já não me consumia, passei então ao limbo pensante novamente, lugar que permeia entre dúvidas, essas complexas que imobilizam os membros e a língua,  impedem qualquer atitude, lugar dos aparentemente mortos ou dos mortos vivos. Breve, num dia, senti um desespero e assim fui expulsa do limbo e acabei por piedade divina no céu

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