terça-feira, 7 de agosto de 2012

O despertador me acordara aos assombros, revirei naquele colchão que com as passar dos anos foi perdendo a macies e voltei a cerrar as pálpebras delimitando em minha mente um novo prazo para acordar numa espécie de especulação do tempo que faço todos os dias. Foi um cerrar de olhos para que os pensamentos se aprisionassem a esse tempo que me restava. Perguntava a minha mente quem foi decerto a pessoa que primeiro amarrou suas origens ao tempo e aprisionou-me nesse sonambulismo profundo e nauseante. Comecei a ordenar meus afazeres diários em ordem cronológica, um por um, com metas rígidas as quais sabia que não iria cumprir e que me faziam simplesmente gastar esse tempo o qual era administrado pelo meu plano honorário de metas. O planejamento temporal gastara meu tempo de sono. Abri os olhos novamente com uma sensação de atraso. Aquele tempo necessário ao levantar para desabrochar levemente as ramas do corpo foi consumido pelo tempo que planejara o tempo. Toda aquela agitação de madrugada me perturbava sobremaneira. Acordar de madrugada quando desocupada, oque não era o caso, leva-me a um ócio perturbador mas que de certa maneira me motiva a viver, não viver a carne pesada que sustento e que pertence a tudo , mas viver a plenitude de esquecer que se vive,  viver aquela parte de mim que não me pertence, para deixar de planejar a vida e viver a sensação de viver. Viver a cessação de toda uma vida. Madrugada é tempo de ócio, tempo de criar, tempo de cultuar o silêncio. Madrugada é tempo de desespero,tempo de nada. Madrugada é não ter tempo para o tempo. Madrugada é tempo de imcompreensão. Madrugada é tempo de vida, acordar para o dia é deixar-se morrer.

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