segunda-feira, 30 de julho de 2012
As vezes me engrandeço contemplando a expressão do que sou como num espelho interno, do lado que creio ser o mais retraído e insubordinado de meu ser. Olho com detalhes, encontro esse sentimento profundo como uma entrega ao silêncio que parece me entender melhor que essas palavras que falo e que não me pertencem, falo numa tentativa de caber nas expectativas, tento ser oque a medida do coração alheio me pede, tenho essa pretensão de achar que sei oque outros necessitam sem nem ao menos saber o rumo que devo tomar para suportar o peso de minha ignorância em não saber contemplar e tentar palpar a beleza que se encontra no intocável, no que ultrapassa a linha da minha explicação banal das coisas e nesse desespero acabo por errar, trair os sentimentos do outro, pisar e subestimar oque há de mais sublime na vida afora do que constitui meu perceber sombreado, como um cuspir em lagrimas, vômito toda essa burocracia de meu discurso e sinto um certo repúdio pelo que antes contemplara. Aquela imagem do espelho interno encontra-se em muitos outros espelhos e toda a plenitude e exuberância dessa imagem engrandecida mostra-se igual nos diversos espelhos reduzindo aquela vastidão de imagens a uma só. Então eu encolho, me sinto tão, tão pequenina que sinto que posso prever todos os meus movimentos, me sinto tola e totalmente compreensível, dou risada de mim e me sinto um pouco aliviada, sentimento que raramente me ocorre mas que é de uma doçura tão afável, sinto-me mais leve e tenho aquela coragem mais cotidiana de pedir desculpas a todos e logo perdoar ao outro e a mim mesma numa espécie de ascensão sagrada. A cada dia tenho superado essa barreira do convívio e de certa maneira holística me aproximo de uma incerteza, uma neblina que de certa maneira é plena, plena do calor que erradia das coisas, plena de aceitação, de aceitar esse caos que come meus apegos aos poucos, essa desestabilidade humilde e oculta.
terça-feira, 10 de julho de 2012
Esse meu olhar vive no limiar do teu
Quando passas vive a te procurar e quando teus olhos rumam ao encontro do meu, desvio-o rapidamente mesmo crendo que decerto já pudeste nota-lo pois não consegue deixar de seguir a presença dos teus.
Desvio-o pois tenho medo de que a íris desses olhos meus possam transparecer minh'alma assim como as suas o fazem a ti
Pobres desses meus olhos que procuram consolo na existência dos seus...
Quando passas vive a te procurar e quando teus olhos rumam ao encontro do meu, desvio-o rapidamente mesmo crendo que decerto já pudeste nota-lo pois não consegue deixar de seguir a presença dos teus.
Desvio-o pois tenho medo de que a íris desses olhos meus possam transparecer minh'alma assim como as suas o fazem a ti
Pobres desses meus olhos que procuram consolo na existência dos seus...
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